Astrônomos dizem que planetas habitáveis devem ser encontrados em até 5 anos

a Associated Press, em Washington
Astrônomos dizem que estão prestes a encontrar planetas como a Terra orbitando outras estrelas, um passo-chave para determinar se nós estamos sozinhos no Universo.
Um importante oficial da Nasa (agência espacial norte-americana) e outros importantes cientistas dizem que, dentro de quatro ou cinco anos, eles devem descobrir o primeiro planeta similar à Terra onde a vida poderia se desenvolver, ou já se desenvolveu.
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Um planeta com o tamanho próximo ao da Terra pode até mesmo ser encontrado neste ano se vestígios preliminares de um novo telescópio espacial se confirmarem.
Na conferência anual da Sociedade Astronômica Norte-Americana, que acontece nesta semana, cada descoberta envolvendo os assim chamados "exoplanetas", aqueles planetas de fora do nosso Sistema Solar, apontam para a mesma conclusão: planetas como a Terra, em que a vida pode se desenvolver, são provavelmente abundantes, apesar do violento Universo de estrelas explosivas, buracos negros esmagadores e galáxias em colisão.
Kepler, o novo telescópio da Nasa, e uma riqueza de novas pesquisas no repentinamente quente e competitivo campo dos exoplanetas gerou discussões notáveis na conferência.


Concepção artística de como poderia ser um planeta habitável como a Terra, que pode ser encontrado em 5 anos

Projetor Interativo




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Hubble registra galáxias inéditas




O telescópio espacial Hubble fotografou os objetos mais distantes já registrados até hoje no universo.
A câmera Wide Field é a responsável por registrar provavelmente as galáxias mais antigas já encontradas, que se formaram apenas entre 600 e 900 milhões após o Big Bang.
O equipamento a bordo do Hubble coleta luz em comprimentos de onda quase infravermelhos, pois a luz visível e ultravioleta de estrelas nessas galáxias antigas é esticada devido à expansão do universo. Assim, imagens como essa ajudam os astrônomos a entender a formação e história dos céus.
O registro foi feito no fim de agosto durante quatros dias, e a câmera precisou de 173 mil segundos de exposição total para captar a imagem. Nela, os menores objetos presentes estão um bilhão de vezes mais longe do que os menores corpos celeste visíveis a olho nu.

Detrito espacial

Detritos espaciais, também denominados genericamente lixo espacial, são objetos criados pelos humanos e que se encontram em órbita ao redor da Terra, mas que não desempenham mais nenhuma função útil, como por exemplo as diversas partes e dejetos de naves espaciais deixados para trás quando do seu lançamento. Tanto podem ser peças pequenas, como ferramentas e luvas — a exemplo de uma perdida por Neil Armstrong na missão Gemini VIII em 1966[2] — ou estágios de foguetes e satélites desativados[3] que congestionam o espaço em volta da Terra — como exemplo, os antigos satélites soviéticos RORSAT[4] — e que causam risco de acidentes graves, tanto em órbita (pelo risco de possíveis colisões), quanto numa possível reentrada de tais detritos na atmosfera terrestre.

Os detritos espaciais tornaram-se uma crescente preocupação nos últimos anos pelo fato de que colisões na velocidade orbital podem ser altamente danosas ao funcionamento de satélites, pondo também em risco astronautas em atividades extraveiculares; além disso, essas colisões provocam as condições para que ocorra a chamada síndrome de Kessler.



Um pouco de história

Em 1958, os Estados Unidos lançaram o seu segundo satélite, de nome Vanguard I, que operou durante 6 anos. Após sua desativação, este tornaria-se uma das mais antigas peças de lixo espacial.[5] Em recente sondagem foi confirmado que a relíquia permanece em órbita, sendo portanto o detrito espacial mais antigo em órbita atualmente.[6]
De acordo com o livro Envisioning Information[7], do professor Edward Tufte, a lista de lixos espaciais inclui uma luva do astronauta Ed White, perdida na primeira caminhada espacial norte-americana; uma câmera que Michael Collins perdeu próximo à Gemini X e outra perdida por Sunita Williams durante a STS-116, também durante uma atividade extraveicular; sacolas de lixo; uma chave de boca e uma escova de dente. A maioria desses objetos volta para a Terra, atraídos pela gravidade, em poucas semanas. Devido às órbitas onde foram soltos e dado o seu tamanho diminuto, são facilmente deteriorados durante a reentrada na atmosfera do planeta. Fatos como esses não são de grande importância na problemática do lixo espacial. Por outro lado, eventuais colisões entre os objetos (que podem gerar mais peças) constituem o principal problema referente a estes detritos.[8]
O primeiro ônibus espacial a realizar oficialmente uma manobra evasiva de uma colisão foi o Discovery, durante a STS-48, em Setembro de 1991, em que procedeu-se no acionamento de um subsistema de segurança da espaçonave para evitar a colisão com detritos de um satélite russo, Kosmos. Só a explosão causada pelo Kosmos 1813, em 1987 gerou cerca de 850 resíduos com mais de 10 cm[2] de comprimento.
Até 1998, mais de 60 janelas de ônibus espaciais haviam voltado à Terra com danos provenientes do espaço. Uma lasca de tinta do tamanho de um grão de sal, orbitando a uma velocidade de 14.400 km/h, pode abrir uma significante cratera de 2,5 cm de diâmetro, com a possibilidade de a janela estilhaçar-se durante a reentrada.[9]
Em Outubro de 1999, a Estação Espacial Internacional também realizou uma manobra evasiva. Os detritos consistiam em restos do foguete Pegasus, que segundo cálculos passariam a uma distância de 1,4 km da estação. A manobra foi realizada com o acionamento do foguete do Módulo de Controle Zarya, durante 5 segundos. Isso elevou a estação em cerca de 1,6 km e os detritos passaram a cerca de 25 km da estação.[10] Em outubro de 2008, após mais uma manobra para evitar colisão com um detrito residual de um satélite Cosmos, a ISS já somava um total de oito manobras evasivas, sendo que as sete primeiras ocorreram nos anos inciais do programa: de Outubro de 1999 a Maio de 2003. O relatório da NASA atribui esse hiato à melhora de exatidão na vigilância espacial e rastreamento de detritos.[11]
Durante os 10 anos de funcionamento da estação espacial MIR, foram liberadas, em sua maioria, sacolas de lixo.

O problema dos detritos

A maior parte dos detritos espaciais se encontra em órbita terrestre baixa, também conhecida como LEO (do inglês, Low Earth Orbit); embora haja também uma quantidade considerável de detritos na órbita geossíncrona, mais conhecida como órbita geoestacionária, a GEO (do inglês, GEostationary Orbit)[12]. Porém, esta órbita pela sua considerável distância da terra, faz com que a dispersão desses objectos seja muito maior dos que os encontrados em órbitas mais próximas. Há também cerca de 1.450 objetos cuja trajetória é excêntrica, podendo transladar pelas outras órbitas e provocar acidentes de detritos.[9]
Estas peças orbitam a grande velocidade e poderão atingir um satélite ou espaçonave com impacto semelhante ao de uma balas de fuzil.[13] Este fato é levado em conta também no que diz respeito aos astronautas, cuja roupa de Atividade extraveicular — O EMU (do inglês Extravehicular Mobility Unit, Unidade de Mobilidade Extraveicular[14]) — é concebida de forma a proteger o astronauta[15] de micrometeoritos.[16] Presume-se que objetos pouco maiores que meteoritos, de alguns centímetros e alta velocidade orbital no vácuo, sejam capazes de romper as vestes extraveiculares dos cosmonautas, causando-lhes grandes danos.
Outra preocupação relaciona-se com a procedência dos combustíveis usados nos satélites. Tais satélites, que já não recebem ordens das centrais de comando da Terra, podem cair a qualquer momento, atraídos pela gravidade do planeta. Alguns desses satélites estão equipados com geradores eletro-nucleares que ativam funções específicas dentro do aparelho, e podem usar como combustível o urânio 235 ou o plutônio 238[2](ambos altamente radioativos).
Um objeto que tenha 1 mm de comprimento seria capaz de quebrar cabos de dados e cabos de força secundários da Estação Espacial Internacional; já um com 4 ou 5 mm já seria capaz de danificar os cabos de força principais, tubos e painéis.[17] Por isso a ISS é atualmente a mais protegida espaçonave a ser lançada; muitos de seus componentes externos são feitos de alumínio. Áreas críticas, como compartimentos habitáveis, serão capazes de resistir ao impacto de detritos de 1 cm de diâmetro.[18]

Propostas e possíveis soluções

Com o objetivo de suavizar a geração de mais lixo espacial foram propostas várias medidas. A NASA, em 1995, foi a primeira agência espacial a estabelecer procedimentos para a minimização dos detritos. Dois anos depois, o governo dos EUA desenvolveu um conjunto de Práticas Padrões para Mitigação dos Detritos Espaciais, baseado nos parâmetros da NASA. Mais tarde, outros países e organizações estabeleceram seus próprios modelos de práticas de suavização dos efeitos do lixo espacial. Em 2002 houve um consenso entre as agências espaciais de 10 países sobre o assunto. Formularam então um conjunto de linhas-de-conduta, que foi formalmente apresentado à ONU em fevereiro de 2003.[12]
Uma forma de minimalização das consequências do lixo espacial sobre o meio-ambiente é a passivação dos estágios superiores dos foguetes gastos para a liberação de combustíveis residuais, prevenindo assim futuras explosões.
Muitos componentes das astronaves são feitos de alumínio, que tem um baixo ponto de fusão. Como resultado, esses componentes normalmente se desintegram em grandes altitudes, logo no início da reentrada. Por outro lado, se um componente é feito de materiais com pontos de fusão mais altos (como titânio, aço inoxidável e berílio), o objeto se deteriorará a uma altitude mais próxima do solo ou, em muitos casos, pode chegar ao solo sem se desintegrar ou mesmo quase intacto, como aconteceu com o tanque combustível do Delta II[19]. Alguns objetos têm ainda uma proteção exterior que retarda a deterioração do objeto interior, causada pelo atrito com o ar, na reentrada na atmosfera.
Trazer os detritos de volta para a Terra pode parecer um método de "coleta" do lixo espacial eficiente, já que após a reentrada, os objetos são destruídos. Isto pode ocorrer tanto por uma queda orbital (reentrada não-controlada), como por entrada controlada. Entretanto há sempre o risco de permanecerem ainda algumas partículas, ou mesmo peças inteiras, dos objetos que entraram em combustão na atmosfera, não havendo garantia de que sua queda ocorra nas porções desabitadas do planeta. A reentrada controlada, normalmente, utiliza grande quantidade de combustível propelente para ajustar a espaçonave ao ângulo correto para reentrada no planeta. Geralmente utiliza-se o oceano como ponto de queda desses detritos.[12]
Tirar os satélites de órbita logo no final de suas vidas operacionais também seria uma efetiva medida de mitigação. Isso poderia ser facilitado por um mecanismo, conhecido em inglês como "terminator tether", onde um "cabo" eletrodinâmico, (extremamente longo e resistente, porém pouco denso) ligaria o aparato à Terra, transmitindo a energia necessária para que o mesmo conseguisse diminuir a velocidade das espaçonaves desativadas por meio de magnetismo. Nos casos em que o sistema usado para provocar a fuga de órbita exigisse muito combustível, o "terminator tether" poderia simplesmente alterar a órbita do satélite em questão, de forma que este pudesse realizar a fuga de rota sozinho, passados alguns anos. Essa manobra foi realizada com sucesso no satélite francês Spot-1, no final de 2003, o que, segundo os cálculos, faria o objeto reentrar no planeta em aproximadamente 16 anos[20] após a manobra.
Em altitudes orbitais onde não seria economicamente viável provocar a fuga de um satélite, como no anel geoestacionário, estes são levados para uma órbita cemitério, onde não há presença de satélites em operação.
Há também propostas para "varrer" o lixo orbital de volta para a atmosfera da Terra, utilizando rebocadores automatizados, vassouras de laser para vaporizar ou amontoar as partículas em órbitas de queda rápida, ou mesmo bolhas de aerogel para absorver detritos que colidam com essas bolhas, e, eventualmente, cair na Terra com o lixo dentro. Entretanto, a maior parte do esforço está sendo direcionado para a prevenção de colisões, acompanhando os detritos de maior largura, prevenindo a formação de mais detritos.
Outras idéias, ainda, incluem a reunião dos objetos mais largos numa espécie de "aterro orbital", onde poderiam ter alguma utilidade futura, enquanto se mantêm fora de vista.

Quantificação e qualificação

Os detritos orbitais próximos da Terra, e mais especificamente o seu número e dimensões, são estudados a partir de terra, através de radares e telescópios óticos, mas também no próprio espaço orbital, além dos dados obtidos após estudos efetuados sobre a superfície exterior das espaçonaves, quando estas retornam ao solo.[12]
As peças maiores são normalmente monitoradas pelas agências espaciais internacionais — tais como a AEB, a ESA e a NASA —, mas as pequenas são de difícil detecção. Praticamente todos os foguetes deixam peças e pedaços na órbita ao serem lançados, como estágios de lançamentos abandonados, peças ejetadas, entre outros. Também existem muitos satélites que encerraram sua vida útil e continuam a orbitar a Terra sem qualquer atividade, passando a serem considerados como lixo espacial.[3]
As Forças Armadas dos EUA mantêm, atualmente, um catálogo tão exaustivo quanto possível de cerca de 10.000 objetos visíveis, podendo, com estas informações, distingui-los de mísseis hostis, por exemplo. Para isso, contam com observações por radar, telescópio e um telescópio espacial.[21] Estima-se que cerca de 330 milhões de objetos de tamanho superior a 1 mm (sendo alguns, portanto, simples partículas) se encontrem em órbita, evidenciando assim, a disparidade entre o número de objetos catalogados e a quantidade de detritos existentes.
Além das mensurações efetuadas pelas Forças armadas estadunidenses, outras iniciativas visam quantificar e medir os detritos, como: o Telescópio de Detritos Espaciais da Agência Espacial Européia (ESA Space Debris Telescope), o TIRA,[22] os radares Goldstone e Haystack[23] e o sistema de radar Cobra Dane.[24] Os dados obtidos durante essas campanhas serão usados para validar modelos de ambientes com detritos, tais como o ESA-MASTER.[25] Tais modelos, hoje, são a única forma de determinar o risco de impacto causado por lixo espacial, já que apenas objetos maiores podem ser facilmente rastreados. Um exame minucioso da superfície do aparelho de Longa Duração à Exposição, mais conhecido pela sigla de LDEF (do inglês, Long Duration Exposure Facility), colocado em órbita pela STS-41-C Challenger, e resgatado pela STS-32 Columbia após 68 meses em órbita, permitiu a análise da distribuição direcional dos detritos, bem como a composição do fluxo dos detritos.[carece de fontes?] O satélite EURECA, colocado em órbita pela STS-46 Atlantis em 1992 e resgatado pela STS-57 Endeavour em 1993, proporcionou melhor entendimento sobre o assunto.
Os painéis solares do telescópio espacial Hubble, recuperado durante as missões STS-61 Endeavour e STS-109 Columbia, são importantes fontes sobre o ambiente dos detritos. As crateras encontradas na sua superfície foram quantificadas e qualificadas pela ESA para prover outros meios de validação dos modelos de ambiente de detritos.



Eventos importantes

Criação de detritos

Um estágio do foguete Pegasus lançado em 1994 explodiu em 1996, gerando uma nuvem de 300.000 fragmentos maiores que 4 mm de comprimento. Dentre estes, 700 eram grandes o suficiente para serem catalogados. Este evento isoladamente foi capaz de dobrar o risco de colisões do telescópio espacial Hubble .[5]
Os testes da Arma anti-satélite (ASAT) chinesa, em 11 de Janeiro de 2007 foi, talvez, o principal incidente histórico envolvendo detritos orbitais.[26] Como resultado, houve a criação de mais 1.600 pedaços rastreáveis (aproximadamente do tamanho de uma bola de golfe, ou maiores), após dois meses de o teste ter decorrido, de acordo com o Programa de Detritos Espaciais da NASA. Estima-se, também, que resultou em mais de um milhão de pedaços com 1 mm ou maiores e mais de 35.000 peças com 1 cm ou maiores. Este evento foi mais significativo que outros testes de arma anti-satélite, em que a área ocupada pelos detritos, encontrando-se num plano orbital mais distante do planeta, resultam na fuga de órbita num período de 35 anos ou mais. Em Junho de 2007, o satélite Terra, da NASA, foi o primeiro a alterar a sua posição, com o objetivo de prevenir impactos.[27]
Um evento de magnitude similar ocorreu em 19 de fevereiro de 2007, quando o estágio do dínamo de injeção de um Briz-M russo explodiu enquanto orbitava a Austrália. O sistema foi lançado em 28 de fevereiro de 2006, carregando um satélite de comunicação defeituoso. A explosão foi documentada em filme por vários astrônomos, mas devido à trajetória orbital dos destroços, a nuvem de objetos em queda dificultou a quantificação destes através de radar. Muito embora semelhante em proporção, a área em que os detritos se encontram está mais próxima do planeta do que no caso do teste ASAT chinês, pelo que se verificou muitas reentradas na atmosfera em um período relativamente pequeno de tempo. Como em 21 de fevereiro de 2007, em que mais de mil fragmentos foram identificados.[28] Um terceiro evento de impacto também ocorreu em 14 de fevereiro de 2007, como registrado por Celes Trak.[29]
Em 20 de Fevereiro de 2008 outro ASAT foi lançado rumo a um satélite defeituoso, desta vez pelos Estados Unidos, com o objetivo de destruir o tanque de Hidrazina tóxica do satélite USA 193. O Pentágono tinha o intuito de minimizar a quantidade de detritos resultantes do encontro do satélite com o míssil; esperando que os detritos entrassem na na Terra ainda nas primeiras semanas de março.[30]
No dia 10 de fevereiro de 2009 um satélite russo desativado chocou-se contra um satélite privado de comunicações estadunidense a 780 km de altitude sobre o território da Sibéria gerando uma nuvem de escombros. Afirmado que os detritos geradas não são riscos reais para a Estação Espacial Internacional, esta é a primeira colisão já registrada entre satélites.[31]

Impacto de detritos

A primeira colisão averiguada com lixo espacial catalogado ocorreu em 1996, danificando seriamente o satélite de reconhecimento militar francês Cerise.[32] O acidente foi causado por um fragmento já catalogado de um Ariane. Os objetos deste foguete se encontravam entre 660 km a 680 km da Terra e estavam a uma velocidade de 14.8 km/s. Destes, somente um possuía tamanho suficiente para ser rastreado.[33]
Lottie Williams possui o recorde de ser a primeira e única pessoa (até à presente data) a ser atingida por um detrito espacial de origem humana. Enquanto caminhava num parque em Tulsa, Oklahoma em 22 de Janeiro de 1997, às 3:30 da manhã, notou uma luz no céu que julgou ser um meteorito. Minutos depois, Williams foi atingida no ombro por um objeto de metal negro de 6 polegadas que, mais tarde, foi identificado como sendo parte do tanque de combustível de um foguete Delta II, que havia lançado um satélite da Força Aérea estadunidense em 1996. Lottie não se feriu com o incidente.[34]
Em maio de 2000, duas esferas metálicas caíram em fazendas na África do Sul. O evento foi comentado pela NASA numa rádio local, e a agência espacial estadunidense admitiu que ambos os objetos pertenciam a um foguete Delta lançado em 1996. O primeiro detrito, que pesava cerca de 30 kg, caiu na Cidade do Cabo e contou com a presença de testemunhas. O segundo objeto, que possuía uma forma mais ovalada, pousou três dias depois do primeiro e pesava cerca de 55 kg. As testemunhas disseram que o objeto media cerca de 1,3 m de largura por 1 m de comprimento.[35]



Notas e referências

  1. Graphics. Nasa Orbital Debris Program Office. Página visitada em 18 de Setembro de 2007. (em inglês)
  2. 2,0 2,1 2,2 Grecco, Dante (Agosto 1996). "Sai de Baixo". Globo Ciência nº 61.
  3. 3,0 3,1 Satélites e Aplicações. Agência Espacial Brasileira. Página visitada em 18 de Setembro de 2007.
  4. (em inglês) Technical report on space debris (PDF). United Nations. Página visitada em 18 de Setembro de 2007.. ISBN 92-1-100813-1
  5. 5,0 5,1 (em inglês) Space Junk. space.com. Página visitada em 18 de Setembro de 2007.
  6. (em inglês) Julian Smith (26 de Agosto de 2007). Space Junk. USA WEEKEND Magazine. Página visitada em 18 de Setembro de 2007.
  7. (em inglês) Tufte, Edward R.. Envisioning Information. Cheshire, CT: Graphics Press, 1990. v. Vol. LII ISBN 0-9613921-1-8
  8. "Dentro de vinte anos já não será mais possível realizar operações em órbitas mais próximas da Terra"Pesquisadores advertem para riscos do lixo espacial. BBC Brasil. Página visitada em 24 de Setembro de 2007.
  9. 9,0 9,1 Venturoli, Thereza (Janeiro 1998). "Lixão a Céu Aberto". SuperInteressante nº 61: 64-67.
  10. (em inglês) Space Station Dodges Debris. space.com. Página visitada em 18 de Setembro de 2007.
  11. (em inglês) Orbital Debris Quarterly News. - Volume 12, Issue 4, October 2008(páginas 1-2)|formato=PDF|acessodata=2 de Novembro de 2008|publicado=NASA Orbital Debris Program Office}}
  12. 12,0 12,1 12,2 12,3 12,4 (em inglês) Graphics. Nasa Orbital Debris Program Office. NASA. Página visitada em 18 de Setembro de 2007.
  13. (em inglês) Image Gallery. NASA Impact Studies. NASA. Página visitada em 18 de Setembro de 2007. "Simulação de um detrito espacial a mais de 27.000 km/h, atingindo uma aeronave em órbita"
  14. Jonhson, Rita C.. Roupa espacial para uma caminhada no espaço (EMU e MMU). StarChild — Um centro de aprendizagem para jovens astrônomos. The High Energy Astrophysics Science Archive Research Center (HEASARC) — NASA/GSFC. Página visitada em 13 de Janeiro de 2009.
  15. Jonhson, Rita C.. Vestimenta espacial. StarChild — Um centro de aprendizagem para jovens astrônomos. The High Energy Astrophysics Science Archive Research Center (HEASARC) — NASA/GSFC. Página visitada em 13 de Janeiro de 2009.
  16. Por definição, objetos microscópicos. Mais em: Micrometeoritos. astrodatabase. Página visitada em 19 de Setembro de 2007.
  17. (em inglês) Caution: Falling Debris. NASAexplorers. Página visitada em 19 de Setembro de 2007.
  18. (em inglês) Orbital Debris Frequently Asked Questions. NASAexplorers. Página visitada em 19 de Setembro de 2007. "10) How is the International Space Station protected against orbital debris?"
  19. 19,0 19,1 Tanque propulsor principal do segundo estágio de um Delta II que caiu na região de Georgetown, Texas, em 22 de Janeiro de 1997. O objeto de aço inoxidável, que pesava cerca de 250 kg, sobreviveu à reentrada quase completamente intacto - (em inglês) Photo Gallery. NASA Orbital Debris. Página visitada em 19 de Setembro de 2007.
  20. (em inglês) Earth — Recent examples. CNES (Centre National d'Etudes Spatiales). Página visitada em 19 de Setembro de 2007.
  21. (em inglês) The Space-Based Visible Program. MIT Lincoln Laboratory. Página visitada em 19 de Setembro de 2007.
  22. (em inglês) Monitoring Space — Efforts Made by European Countries (PDF). H. Klinkrad — ESA/ESOC. Página visitada em 19 de Setembro de 2007.
  23. (em inglês) Haystack Observatory. MIT (Massachusetts Institute of Technology). Página visitada em 19 de Setembro de 2007.
  24. (em inglês) AN/FPS-108 COBRA DANE. FAS (Federation of American Scientists. Página visitada em 19 de Setembro de 2007.
  25. (em inglês) Concepts and Validation of the ESA MASTER Model (PDF). ESA/ESOC. Página visitada em 19 de Setembro de 2007.
  26. Lixo espacial pode se tornar arma mortal. Terra Notícias (13 de Julho de 2007). Página visitada em 19 de Setembro de 2007.
  27. (em inglês) Satélite da NASA, Terra é Movido para evitar detritos do ASAT chinês. space.com (7 de Julho de 2006). Página visitada em 19 de Setembro de 2007.
  28. Foguete russo se rompe sobre a Austrália e produz chuva de fragmentos. APOLO 11.com. Página visitada em 19 de Setembro de 2007.
  29. (em inglês)Recent Debris Events. CelesTrak. Página visitada em 19 de Setembro de 2007.
  30. Míssil da Marinha dos EUA atinge satélite espião. FolhaOnline (2008-02-21). Página visitada em 25 de Março de 2008.
  31. Satélites da Rússia e dos EUA colidem no espaço. O Globo (12 de fevereiro de 2009).
  32. (em inglês) Detritos espaciais: avaliar o risco. ESA Portugal (Agência Espacial Européia). Página visitada em 19 de Setembro de 2007.
  33. (em inglês) History Of On-Orbit Satellite Fragmentations 13th Edition(página 358) (PDF). NASA Orbital Debris Program Office. Página visitada em 19 de Setembro de 2007.
  34. Efemérides Históricas de Janeiro. AstroManual. Página visitada em 19 de Setembro de 2007.
  35. (em inglês) Mistério das esferas na África explicado. space.com (2 de Maio de 2000). Página visitada em 19 de Setembro de 2007.

 

 

 

Plano de Banda Larga

O Brasil tem uma oportunidade de ouro, com a Copa do Mundo de 2014, para ampliar a cobertura da banda larga nas cidades-sede dos jogos, afirmou hoje (26) o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação, Software e Internet regional Rio de Janeiro (Assespro-RJ), Ilan Goldman.

"Não sei se vai ser viável para o país todo, mas, pelo menos, para as cidades que vão receber a Copa do Mundo, isso é inevitável. É o ponto de partida, porque a nossa banda larga não é tão larga assim. É um pouquinho estreita", avaliou Goldman.

O presidente da Assespro-RJ mostrou sua descrença quanto ao cumprimento da meta contida no esboço do Plano Nacional de Banda Larga, apresentado esta semana ao Presidente da República. O plano prevê investimentos públicos e privados em cinco anos da ordem de R$ 75 bilhões para elevar o número de acessos à internet de alta velocidade no país dos atuais 19 milhões para 90 milhões em 2014.

"Você não tem hoje esgoto no país inteiro e vai ter banda larga no país inteiro? Acho que isso aí está um pouco longe. Não dá para acreditar", disse Goldman. Em razão da Copa do Mundo, porém, assinalou ele, os acessos terão de ser ampliados para os locais de realização de jogos, por causa do compromisso assumido pelo governo brasileiro com a Federação Internacional de Futebol (Fifa).

Goldman observou que a demora em promover a expansão do sistema de banda larga em todo o país tem sua vantagem, na medida em que o mundo está mudando a cada dia e a tecnologia evolui. Isso implicará em redução de custos e menor complexidade na implementação do plano. "O tempo que passa favorece e o sistema, daqui mais à frente, pode passar a ser uma coisa trivial".

O importante, segundo o presidente da Assespro-RJ, é que sejam avaliados os riscos e estudadas as experiências anteriores para que o plano possa ser efetivado sem problemas e tenha um alcance maior.

Goldman afirmou que a convergência digital é o grande ideal. "Para nós, quanto mais banda existir no país inteiro, melhor. E com qualidade".

Internet Interplanetária

Os cientistas acabam de acionar o primeiro ponto de acesso da Internet Interplanetária a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS). O objetivo é a automatização da transmissão dos dados científicos obtidos nos laboratórios da ISS para os controles em terra. Hoje o sistema é mais parecido com um sistema de rádio do que com um protocolo da Internet, como o TCP/IP.
Internet Espacial




O protocolo usado pela internet interplanetária chama-se DTN ("Disruption-Tolerant Networking" - Rede Tolerante a Interrupções), onde cada computador da Internet Interplanetária mantém a informação pelo tempo que for necessário, até que seja possível estabelecer a comunicação de forma segura com o próximo nó da rede. Isto garante que não haverá perdas nos dados mesmo com as mais adversas situações encontradas no espaço ou quando uma sonda estiver escondida do outro lado de um corpo celeste (como a Lua ou um planeta).

"A comunicação entre as espaçonaves e as estações terrestres é feita tradicionalmente por meio de uma conexão ponto-a-ponto, de forma muito parecida com um walkie-talkie. Atualmente, as equipes das missões espaciais devem agendar manualmente cada conexão e gerar os comandos apropriados para especificar para onde os dados devem ser enviados, o tempo da transmissão e seu destino. Com o aumento do número de espaçonaves e conexões, e com o surgimento da necessidade da comunicação entre os diversos veículos, essas operações manuais se tornam cada vez mais complicadas e caras."
Kevin Gifford, um dos responsáveis pela desenvolvimento da Internet Interplanetária



Roteador espacial

A Internet terrestre não pode ser simplesmente transferida para o espaço porque lá em cima não se pode assumir que os computadores terão sempre uma conexão entre eles. Assim, o protocolo DTN pressupõe que os diversos nós da rede se comunicarão sempre que puderem. Quando não houver conexão, cada roteador deve segurar seus dados até ser possível fazer a transmissão.

O primeiro roteador da Estação Espacial Internacional foi instalado em um equipamento de pesquisa chamado CGBA (Commercial Generic Bioprocessing Apparatus) durante a última missão do ônibus espacial Atlantis. Os testes envolvem a transmissão dos dados científicos coletados pelo equipamento diretamente para o controle em terra.

A agência espacial americana (NASA) espera dotar todos os laboratórios da Estação Espacial Internacional de seus próprios roteadores para que os dados científicos sejam transferidos para os respectivos controladores de cada experimento, muitos deles localizados em laboratórios de universidades ou nos centros de controle das agências espaciais europeia, russa e japonesa.

O protocolo DTN




Arquitetura DTN

Como foi dito na introdução, para que duas redes diferentes se comuniquem é necessário que haja um agente fazendo o intermédio da comunicação.

Redes Regionais

Na arquitetura DTN é usado o conceito de regiões que define a área de atuação de redes com características de comunicação homogêneas. A rede DTN é construída como uma rede overlay em cima das redes regionais, que são redes diferentes, com características distintas. A rede DTN provê interoperabilidade entre as redes regionais, servindo como uma espécie de buffer para acomodar as diferentes latências entre as redes e possíveis falta de conectividade. Com isso a DTN também pode resolver os problemas de mobilidade e bateria limitada de dispositivos sem-fio.

Figura 1. Exemplo de redes regionais interconectadas por uma rede DTN (*)


Comutação de Mensagens

A rede DTN é uma rede de comutação de mensagens, diferentemente da Internet que é baseada em comutação de pacotes. A comutação de mensagens não foi desenvolvida agora, ela é uma das formas mais simples de se trocar mensagens e é usada até hoje em muitos lugares como, serviços de correio, e-mail e correio de voz. Uma mensagem numa rede DTN pode ser um bloco de inteiro de dados de um aplicativo ou um segmento dele. A comutação de mensagens da rede DTN é do tipo store-and-foward, ou seja, ela primeiro recebe toda a mensagem, guarda em um buffer e depois encaminha para o próximo nó ou destino. A figura abaixo ilustra melhor esse processo.


Figura 2. Comutação de Mensagens Store-and-Foward (*)


A comutação de mensagens embora seja muito simples, exige que os responsáveis por encaminhar as mensagens - os roteadores e gateways - tenham de possuir grande capacidade de armazenamento. Isso porque as mensagens têm que ser armazenadas por completo até que seja possível encaminhá-las. Esse tipo de armazenamento é dito persistente em oposição ao armazenamento feito em roteadores convencionais da Internet, que guardam os pacotes em chips de memória de curto prazo, por tempos da ordem de milisegundos, até que os pacotes sejam encaminhados. Os roteadores DTN precisam de armazenamento persistente pelos seguintes motivos:
  • A comunicação com o próximo salto pode ficar indisponível por um grande período de tempo.
  • Um dos nós da comunicação pode enviar dados muito mais rápido que o outro.

  • O receptor da mensagem encaminhada pode detectar um erro e pedir a retransmissão dela.
Por armazenar as mensagens por inteiro, a técnica de comutação de mensagens pode avisar ao próximo salto os requisitos de banda e tamanho livre necessário em memória para armazenar a mensagem nos nós intermediários.
Outro problema que também é resolvido com a comutação de mensagens é o da conectividade intermitente. Para ilustrar esse cenário, considere uma comunicação interplanetária entre a Terra e Marte, aonde os dispositivos têm limitação de bateria e por isso não podem ficar tentando enviar mensagens o tempo todo. O cenário está mostrado na figura abaixo.



Figura 3. Comunicação Interplanetária (*)
 

O que a rede DTN faz no caso de conectividade intermitente, como é o caso da figura acima, é esperar até que o link seja restabelecido e então envia a mensagem. Se fosse utilizado o TCP/IP, por exemplo, o que iria acontecer é que o mecanismo de janelas deslizantes do TCP iria diminuindo, em decorrência dos erros que aconteceriam, até eventualmente devido ao tempo de inatividade do link dar um timeout e encerrar a seção.

Contatos Oportunistas

Contatos oportunista são contatos que acontecem sem estarem previamente combinados. Suponha que uma pessoa deseje falar algo com outra, mas por algum motivo não consegue se comunicar com ela. Se, por sorte essas pessoas se encontrarem fisicamente no centro da cidade, elas vão ter a oportunidade de se comunicarem, e como existe o interesse de uma delas de fazê-lo, então ela o fará. Isto é considerado um contato oportunista, já que nenhuma das pessoas havia marcado um encontro com a outra. Esse é um exemplo que pode acontecer entre ser humanos, no entanto, hoje em dia está cada vez mais comum este tipo de contato acontecer entre dispositivos eletrônicos sem-fio. Imagine que uma pessoa programou seu PDA (Personal Digital Assistant)  para fazer o download de um arquivo. Porém no momento em que o indivíduo programou o seu PDA ele não tinha como acessar a Internet. Dessa maneira, uma vez que o PDA está programado, assim que ele tiver a oportunidade de se conectar com um ponto de acesso e baixar o arquivo, ele o fará. A figura abaixo ilustra outros tipos de contato oportunistas entre dispositivos móveis.


Figura 4. Contatos Oportunistas (*)


Contatos Agendados

Os contatos agendados são aqueles nos quais as entidades que desejam se comunicar sabem de alguma forma quando o contato ocorrerá. Novamente pensando em comunicação espacial, pode se contar com a previsibilidade do movimento dos corpos celestes para prever quando haverá uma janela de comunicação disponível. No entanto não basta poder prever quando o contato ocorrerá, também é necessário que os nós estejam sincronizados para realizarem a comunicação. Outro fator importante é que, não necessariamente a mensagem tem que ser enviada diretamente para o destino final, mas pode ser enviada para um nó intermediário que por sua vez tem condições de encaminhar a mensagem para o destino final. A figura abaixo ilustra um contato agendado.

Figura 5. Contato Agendado (*)

Na figura acima o nó origem envia uma mensagem para um nó intermediário, antes que este estivesse na sua linha de visada direta. Como ele sabe que o tempo necessário para a mensagem atingir o seu destino é suficiente para que o nó intermediário se posicione de forma a poder receber a mensagem, a comunicação ocorre com sucesso. Após o nó intermediário receber a mensagem ele a armazena e encaminha para o destino final, com o qual ele possui uma conexão direta.

Camada de Empacotamento (Bundle Layer)

Esta é a principal diferença entre as redes DTN e a Internet. A camada de empacotamento é uma camada específica da rede DTN e que não existe na Internet. Ela é quem possibilita a solução dos problema citados no início desta página. A camada de empacotamento se situa acima das camadas heterogêneas e especificas de cada região. Com isso é possível conectar aplicações que estão em regiões diferentes e que possuem camadas inferiores distintas, cada uma com as suas características. A figura abaixo ilustra a posição da camada de empacotamento.

Figura 6. Representação das Camadas (*)

Desde de o início desta página menciona se a transmissão de mensagens entre as redes DTN, porém existe uma camada de empacotamento ao invés de uma camada de mensagens. Bem, o que acontece é que os "pacotes" criados pela camada de empacotamento são as mensagens que vêm sendo citadas durante todo este documento. Portanto é na camada de empacotamento que são "criadas" as mensagens.
A camada de empacotamento também é a responsável por armazenar e encaminhar (store-and-foward) as mensagens entre as redes DTN. Ela é a mesma em todas as redes das diferentes regiões. Porém as camadas inferiores a ela, são específicas para cada região e devem ser as mais apropriadas possíveis para o ambiente de cada região.

Pacotes DTN (mensagens) e Empacotamento

As mensagens ou pacotes DTN, consistem em três itens:
  1. Dados do aplicativo de usuário

  2. Informação de controle do aplicativo de usuário

  3. Cabeçalho de Empacotamento DTN, adicionado pela Camada de Empacotamento
Assim como os dados do usuário, pacotes DTN podem ter tamanho arbitrário. Os pacotes DTN são mais uma extensão na hierarquia de encapsulamento dos dados do usuário realizada pelos protocolos da Internet, por exemplo. Abaixo pode se ver como fica a hierarquia de encapsulamento dos dados do usuário com a camada de empacotamento.





Existe a possibilidade de uma mensagem DTN ser quebrada em fragmentos, assim como acontece com os datagramas IP, e a camada de empacotamento é a responsável por fragmentar e juntar novamente os fragmentos.
O protocolo usado pelas redes DTN é um protocolo não-conversacional (não-interativo), isto é, as camadas de empacotamento homólogas comunicam se usando sessões simples, com pouco ou nenhum tipo de troca de parâmetros para estabelecimento de conexão e reconhecimento. Qualquer tipo de reconhecimento ou estabelecimento de conexão é opcional e depende da classe de serviço desejada. É necessário que a utilização de reconhecimento seja opcional, pois as condições dos ambientes aonde as DTNs ficam inseridas podem ser muito hostis e devido à grandes atrasos ou até mesmo falta de conectividade, a espera por uma mensagem de reconhecimento ou troca de parâmetros torna se inviável. Isto não impede que os protocolos abaixo da camada de empacotamento sejam conversacionais, como o TCP. A figura abaixo ilustra o conceito descrito acima.


Figura 8. Estrutura DTN (*)

Nós DTN

Nas redes DTN um nó é uma entidade que possui uma camada de empacotamento. Um nó pode ser um host, roteador ou gateway (ou alguma combinação destes) e atuar como fonte, destino ou encaminhador de mensagens. 
  • Host - Envia e/ou recebe mensagens, mas não as encaminha. Um host pode ser uma fonte ou destino de uma transferência de mensagens. A camada de empacotamento dos hosts que operam em links com grandes atrasos requerem armazenamento persistente para quando não for possível transmitir imediatamente a mensagem ela possa ser armazenada para futura transmissão. Os hosts podem opcionalmente implementar transferência em cústodia (ver abaixo).
  • Roteador - Encaminha mensagens dentro de uma única região DTN e pode ser eventualmente um host. A camada de empacotamento dos roteadores que operam em links com grandes atrasos requerem armazenamento persistente para quando não for possível encaminhar imediatamente a mensagem ela possa ser armazenada para futuro encaminhamento. Os roteadores podem opcionalmente implementar transferência em cústodia.





  • Gateway - Encaminha mensagens entre duas ou mais regiões DTN e pode eventualmente ser um host. As camadas de empacotamento dos gateways devem possuir armazenamento persistente e suportar transferência em custódia.


    Figura 9. Pilha de Protocolos (*)


    Funcionamento DTN

    A partir de agora será mostrado o funcionamento das redes DTN. O tipo de mais básico de transmissão de mensagens numa rede DTN é o envio de mensagem sem a necessidade de qualquer reconhecimento ou classe de serviço. A fonte apenas envia a sua mensagem para o próximo nó. Outros tipo de classe de serviço são:






    • Transferência em Custódia (ver abaixo)
    • Confirmação de recepção da mensagem - confirmação para a fonte ou responsável pela retransmissão da mensagem, de que a mensagem foi recebida pela aplicação de destino.
    • Notificação de aceitação de custódia - notificação para a fonte ou responsável pela retransmissão da mensagem, toda vez que um nó aceitar ser o novo custodiante de uma mensagem.
    • Notificação de encaminhamento - notificação para a fonte ou responsável pela retransmissão da mensagem, toda vez que a mensagem for encaminhada.
    • Prioridade de entrega - muito volume de dados (pouca prioridade), normal (média prioridade) e importantes (alta prioridade).
    • Autenticação - Indica o método de autenticação, se for especificado algum (e.g. assinatura digital) este será usado para verificar a autenticidade da fonte e a integridade dos dados.





Para resolver o problema de diferença entre as latências das regiões, as redes DTN realizam a terminação dos protocolos de transporte, que ocorre na camada de empacotamento dos roteadores e gateways. Já que os protocolos de transporte (e.g., TCP) são os responsáveis pela garantia da confiabilidade na comunicação fim-a-fim, e é a confiabilidade na comunicação, exatamente um dos desafios encontrados nos ambientes aonde as redes DTN se propõem a situar. Com isso, a camada de empacotamento age como substituta da camada de transporte na função de garantir a comunicação fim-a-fim. Essa medida, de terminar os protocolos de transporte, faz com que as camadas inferiores à camada de empacotamento que se situam em redes de baixa latência fiquem isoladas de seus pares homólogos em outras redes com alta latência. Resolvendo assim o problema de atraso.
A camada de empacotamento suporta sozinha a troca de mensagens fim-a-fim. As mensagens são tipicamente entregues separadamente, de um nó para o próximo, independentemente das outras mensagens, exceto mensagens de resposta opcionais. Mesmo que as mensagens sejam quebradas em fragmentos, como já foi dito acima que pode acontecer, elas viajam independentemente uma da outra.

Transferência em Custódia

Quando é necessário um maior grau de confiabilidade na transmissão de mensagens, podem ser usadas as transferências em custódia. Esse tipo de transferência ocorre entre camadas de empacotamentos de nós sucessivos no caminho da mensagem, da seguinte forma: a camada de empacotamento custodiante da mensagem envia a mensagem para a próxima camada de empacotamento e inicia um temporizador para esperar uma mensagem de reconhecimento. Se a camada receptora da mensagem aceitar ser a nova custodiante da mensagem, então ela envia de volta um reconhecimento positivo. Caso o tempo de espera pelo reconhecimento expire antes do transmissor receber o reconhecimento, o transmissor envia novamente a mensagem. O tempo de espera pelo reconhecimento pode ser distribuído para os nós através das informações de roteamento ou localmente através de experiências passadas em transmitir para o próximo nó. O custodiante da mensagem deve armazenar a mensagem até que outro nó aceite ser o novo custodiante da mensagem ou o tempo de vida da mensagem expire. As transferência em custódia não garantem confiabilidade, a não ser que a fonte peça a confirmação da entrega da mensagem. Em poucas palavras o conceito por trás das transferências em custódia é delegar para o próximo nó a responsabilidade de retransmitir a mensagem até que está atinja o seu destino, o que pode ser considerado uma maneira, ainda que não muito boa, de garantir confiabilidade.


Figura 10. Transferências em custódia (*)

Com as transferências em custódias existe a possibilidade da diminuição do número de saltos necessários para atingir o destino final de uma mensagem, já que os custodiantes da mensagem podem estar em movimento, indo em direção ao destino final. Além de diminuir o número de saltos, essa técnica também possibilita um menor sobrecarregamento da rede. Outro benefício trazido por essa característica é a que as redes com muitas dificuldade para transmissão de dados, tais como redes com grande latência e links instáveis, acabam conseguindo um aumento na vazão. A figura abaixo ilustra exatamente a idéia acima.



Figura 11. Pontos de retransmissão em movimento (*)


Roteamento em Redes DTN

A diferença entre o roteamento em redes DTN e a Internet (TCP/IP) é que a mensagem precisa chegar até a camada de empacotamento para ser roteada, diferentemente da Internet aonde o pacote IP só chega até a camada de rede. Por esse motivo, os roteadores e gateways DTN precisam implementar todas as camadas até a camada de empacotamento. Outro detalhe é a diferença entre os roteadores e gateways DTN, nos roteadores as camadas abaixo da camada de empacotamento possuem os mesmo protocolos, uma vez que pertencem a uma mesma região DTN, já os gateways DTN podem ter camadas inferiores diferentes. Isso pode ser observado na figura abaixo.

Figura 12. Roteamento Internet x Roteamento DTN (*)


Nomes e Endereços

Nas redes DTN o endereço é composto de duas partes. A primeira identifica unicamente a região a qual o nó pertence, e a segunda parte é um identificador do próprio nó também chamado de entidade. O roteamento entre regiões se baseia somente nos identificadores de entidade, que são ligados ao seu correspondente endereço somente naquela região. Portanto, cada região usa um mapeamento diferente entre entidades e endereços e não é necessário que as regiões fiquem trocando seus mapeamentos entre si, economizando banda passante.
Gateways pertencem a pelo menos duas redes, e por isso, possuem múltiplos IDs de região. IDs de região usam a mesma sintaxe de nomes que o DNS (Domain Name System) da Internet.

Segurança

Atualmente, a maioria dos métodos de segurança em redes é baseada em autenticar os usuários e a integridade das mensagens. No entanto os roteadores que encaminham as mensagens não são autenticados. Nas redes DTN os roteadores e gateways também têm que ser autenticados, conservando a rede, o mais cedo possível, de ficar trafegando informações não autorizadas. Criptografia assimétrica, chaves públicas, é usada nas redes DTN, e também autoridades certificadoras (CA). Abaixo está um exemplo de como isto pode ser feito:





  1. O usuário envia a sua mensagem, juntamente com a assinatura da mensagem, para o nó adjacente. Se o nó adjacente ainda não tiver o certificado do usuário ele o obtém através do próprio usuário ou de uma CA.









  2. O primeiro nó adjacente ao usuário que enviou a mensagem, verifica a identidade do usuário. Se estiver correta, o nó adjacente coloca a sua assinatura na mensagem e manda para o próximo nó.









  3. Cada nó no caminho da mensagem verifica apenas a assinatura do nó anterior e depois coloca a sua, se tudo estiver correto, até que a mensagem chegue ao destinatário.



    Figura 13. Esquma de Segurança DTN (*)














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